quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Capricon & Whitsunday Coast_Austrália

Nunca fiz uma única viagem com o objectivo de conhecer pessoas ou fazer amigos. A ideia sempre foi conhecer-me melhor a mim própria e, eventualmente, à pessoa que viajava comigo. Isto já me parecia uma grande batalha, por isso, preferia captar os sítios por onde passava, sem grandes interferências. Concordo com quem afirma que só se conhece um local quando se conhece as pessoas que o fazem. Eu como sou de poucos amigos, sempre me mantive à distância.
Desta vez, as coisas aconteceram de maneira diferente. Os australianos e as pessoas que viajam como nós, metem conversa, querem conhecer-nos, saber de onde vimos, como vivemos, querem trocar experiências. Fazem questão de nos ajudar de uma forma tão generosa que mesmo só atrapalhando, é impossível contrariá-las.
Esta fase da viagem, foi fértil em conhecimentos. Em Yeppon, ficámos num apartamento de um casal de velhinhos, que nos receberam como nunca fui recebida num grande hotel. Arranjaram-nos o jantar, fizeram tudo o que podiam e não podiam para nos ajudar, já que tínhamos chegado muito tarde… quando souberam que éramos portugueses, a senhora disse-me que o maior sonho dela era ir a Fátima. Apesar de não ser propriamente religiosa, fiquei tão emocionada por saber que, de tão longe, alguém tinha no nosso país um sonho. Pedi-lhe a morada e prometi-lhe que lhe enviava um terço de lá.
Yeppon, foi só uma porta de entrada para a Great Keppel Island e o fim dos Backpackers na nossa viagem. Assim fugimos para um resort para descansar dois dias e conhecer a ilha. Tudo estava a correr de acordo com o descanso quando a “je” se lembrou que fazer uma trilha é que era fixe! O Mabides insistiu que a fizesse de havainas, calções e bikini. O repelente de insectos, segundo ele, era para meninos! A trilha terminou com as minhas costas transformadas num campo de batalha de mosquitos… uma miséria! À noite tivemos um súbito “encounter” com mais uns bichos australianos. Pareciam umas topeiras e perseguiam-nos, se achassem que tínhamos comida. O Mabides da primeira vez, fugiu e deixou-me sozinha a lidar com estes animais selvagens. Mas, eu à noite vinguei-me e fechei-o na varanda com um, enquanto delirava com a cena, não sei qual dos dois estava mais assustado. De manhã, tivemos mais um encontro, desta vez, com uns papagaios em miniatura, os lorikeets, que se sentiram completamente à vontade para dar umas dentadas nas minhas “cream crackers”. Quando reparei, a situação estava fora do meu controlo, tinha três em cima da mesa a comerem directamente do prato. Eu queria que eles experimentassem a minha fúria mas, faltou-me a coragem.
Aqui na Austrália os animais é que mandam!
Da Great Keppel Island fomos para as Whitsundays. Fizemos a viagem de comboio durante a noite. Aproveito para vos falar um bocadinho dos Australianos que viajam de comboio. Primeiro andam todos descalços e sujos, com pelo menos duas almofadas atrás. As crianças viajam de pijama mas, antes de entrarem para o comboio rebolam pelo chão das estações.
Depois de alguns contratempos, chegámos à Long Island, uma das 74 ilhas que fazem parte das Whitsundays. Desta vez, tínhamos cangurus a pinchar pelo resort. Fomos avisados que haviam jelly fishes aos magotes por aquelas bandas. Mas, eu, como não sou novata nestes ataques, decidi que fazer snorkelling sem fato era mais radical e condizente com o espírito de aventura. Fui atacada, desta vez no braço, ou seja, tive tempo de evitar um ataque mais feroz. Não houve direito a desmaio, taquicardia nem dores de cabeça como da última vez. Umas picadelas, comichão, duas marcas no braço e siga.
Ah!! Fiz um cruzeiro pelas Whintsundays e fugi com este gajo aqui da foto! Acho que o Mabides anda perdido pelo Outback com uma aborígene…

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Hervey Bay, Rainbow Beach_Austrália

“Hi sunshine!” É este o cumprimento típico na Sunshine Coast, onde estivemos durante quatro dias…
Até aqui, tinha corrido tudo muito bem mas, já era hora de arranjarmos problemas. Não foram os piores mas, impediram-nos de conhecer um dos destinos que nos entusiasmavam mais… a Fraser Island, a maior ilha de areia do mundo com uma praia de 74 milhas e um aspecto paradisíaco. Tudo começou com um erro no cálculo de distâncias meu, e terminou com uma noite numa praia onde não se passa absolutamente nada.
Chegamos a Hervey Bay, na expectativa de apanhar um ferry para a ilha, lá supostamente tínhamos um Backpacker à nossa espera para mais duas noites a ripongar. Mas a iFrancisca tratou de estragar tudo quando não reparou que Rainbow Beach não ficava na ilha mas, sim a 200 km de Hervey Bay e, era apenas mais uma entrada para a ilha. Oh pá, no mapa parecia pouca coisa, assim do género, Porto/Vila do Conde!! Não tenho culpa de viver num país onde ir do Porto ao Algarve já é uma grande viagem! Quando chegámos a Rainbow Beach, para além de uma praia fabulosa, não encontrámos mais nada. Não há bares, restaurantes rareiam e os que existem fecham criteriosamente às 8 da noite. As festas que existem são nos backpackers, o que é fabuloso para quem paga para lá dormir! Conclusão, acabámos a noite, no quarto a beber whisky pela garrafa, enquanto lá fora o resto dos hóspedes brincavam à pedrada e à paulada. No dia seguinte, ao pequeno-almoço, vi o resultado… um alemão com a cara feita numa bolacha.
Para os meninos que fazem surf e me lêem, parece que nesta praia, existe um banco de areia que provoca umas ondas gigantes que só permitem a aproximação de helicóptero. Corrijam-me se estiver errada mas, foi o que percebi…
Apesar de não se passar absolutamente nada em Rainbow, a praia vale mesmo a visita.
Já no Backpacker de Hervey Bay, a coisa passava-se de maneira diferente. Quando chegámos ao bar o empregado estava vestido de padre e as meninas, que tão atenciosamente nos receberam na recepção, estavam disfarçadas de meretrizes. Foi uma noite interessante…
Hervey Bay é, sem dúvida, outra loiça! A praia que se perde de vista, é fantástica e quase deserta. Apesar de nas ruas o ambiente ser animado, parece que ninguém simpatiza muito com a praia por aqui. Os hóspedes dos Backpackers preencham os dias a beber, comer e confraternizar, os locais dão uns passeios com os cães na praia mas não chegam a aquecer o lugar. Por isso, a praia de Hervey Bay é ideal para namorar enquanto se está de molho…

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Brisbane_Austrália

Brisbane foi sinónimo da minha primeira estadia em Backpackers. No início não estava a ser tudo tão mau como eu imaginava. Não houve muito barulho, o quarto era limpo, as pessoas eram civilizadas, até haviam uns velhotes à mistura para compensar a gera que por lá andava. Quando tudo parecia razoavelmente aceitável e, eu até já estava, mais ou menos, convencida a hospedar-me mais vezes em sítios do género, a aranha aparece! Mas não era uma aranha qualquer, era um bicho castanho, enorme, com umas patas assustadoras! Chamei o homem da casa para resolver o assunto e ele fugiu para a recepção, segundo ele para arranjar qualquer coisa capaz de matar o animal. Mas parece que, aqui na Austrália, não se pode matar qualquer bicho que nos meta nojo… por isso, o macho da recepção aparece com um tuperware para enjaular o bicharoco. O Mabides diz com toda a certeza do mundo que ela neste momento está numa estante como troféu pelo resgate da aranha maior que apareceu pelo YHA.

A partir deste incidente, nunca mais tive uma noite sossegada, qualquer comichão que sinta, fico logo em estado de alerta. É um bocado cansativo, mas é mais seguro…
Histerias de gaja à parte…
Em Brisbane vale sobretudo a pena fazer um passeio de bicicleta junto ao rio. Todo o caminho está sinalizado e as condições para pedalar são dignas de ciclismo profissional, mesmo assim, conseguimos perder-nos e enfiar-nos numa das zonas mais perigosas da cidade, onde o pessoal, de noite, se diverte a brincar às facadas. Qualquer dos percursos aconselhados aos turistas passa pelo Jardim Botânico da cidade que, na minha opinião, é um dos locais mais agradáveis e relaxantes de Brisbane.
Nestes dias, acabamos por conhecer mais duas personagens que marcam esta viagem. Uma australiana com descendência austríaca, e uma francesa com uma viagem de um ano sem rumo certo pela frente. É incrível a quantidade de mulheres a fazerem uma viagem solitária durante meses ou anos… Quando acho que tudo isto tem sido uma grande aventura, penso em todas estas pessoas que vou conhecendo pelo caminho, com trajectórias muito mais arrojadas do as que alguma vez imaginei para mim. Durante estes dias acabei por ficar doente, e o único conforto que senti foi ter alguém ao meu lado. Nessa altura tive a certeza que viajar sozinha nunca será uma alternativa para mim.
Nestes três dias, o ponto alto foi, sem dúvida, a visita ao maior santuário do koalas do mundo, o Lone Pine Koala Santuary. Consegui finalmente pegar num koala ao colo e confraternizar com os cangurus. Incitaram-me a um convívio com os erms ( os maiores pássaros do mundo com as garras maiores do mundo… acreditem, nestes pássaros, é tudo maior do mundo!) mas achei melhor manter-me à distância… não fosse irritar o pardaleco. Este parque natural para além de uma quantidade enorme de koalas e de outros animais australianos, têm a vantagem de permitir o contacto directo sem restrições com os animais que não são perigosos. Mais do que tudo nota-se no parque uma vertente didáctica muito forte que afasta de todo a ideia “para turista ver”. E isto, para quem a música “vamos fazer amigos entre os animais” é um hino, foi o paraíso.

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Surfers Paradise_Australia

Deixamos “Báran Bá” (Byron Bay com pronúncia aussie) e eu ia com o coração bem apertado. Pode parecer lamechas mas, custou-me muito deixar Byron Bay… ainda por cima tinha acabado de conhecer a verdadeira dona da gata que me andava a enojar. Afinal a tolinha inglesa que tratava da casa onde estávamos, não era a dona do cottage inspirado em Bali. A proprietária revelou-se ainda mais pitoresca, nem que fosse pela grande dentada de tubarão que tinha no braço. Aqui, na Austrália, os tubarões não são de todo um mito, é mais frequente do que eu imaginava ver pessoas com grandes cicatrizes nas pernas e nos braços deixadas pelos encontros com os bichanos. Eu, pelo sim pelo não, ando sempre à espreita e com a música do filme na cabeça. Como tenho medo que me estraguem as férias, também não deixo o meu “apêndice fofo” alongar-se muito na água. Ele passa-se um bocado mas, eu consigo ser suficientemente convincente com os meus avisos perseverantes.


Agora, estamos em Surfers Paradise mas, o nome engana, eu chamar-lhe-ia “Parolândia Paradise” ou “Albufeira Australiana”. Depois de dias bem passados num ambiente “boa onda”, aterramos de pára-quedas numa terra cheia de arranha-céus. Eu pensei que isto fosse um prolongamento de Byron mas enganei-me.
Quem viaja encontra destas coisas, e ainda bem, porque o objectivo é ver o máximo possível, incluindo o mau. É como vos digo, Albufeira ou a Quarteira em pleno pico de férias do tuga e do bife. Isto é tão mau que eles orgulham-se de terem o prédio residencial mais alto do mundo. A praia tem lixo por todo o lado, é ver as crianças "japas" a brincaram com o lixo sobre o olhar atento das máquinas fotográficas dos pais.
Se calhar estou a ser muito criticas mas sinceramente achei S.P. uma merda crivada de pés de chinelo.
Quem quiser passar por cá, o meu conselho é perderem mais um dia em Byron ou em Sidney e esquecerem o nome Paradise.
Mas, Surfers tem algo de desconcertante. Porta com porta, encontra-se a loja da Fendi com uma casa de alterne, ou a loja da Gucci, lado a lado, com um Strip Club. Também não entendo a existências destas lojas por aqui, quando o que anda na rua são apenas bandos de famílias ranhosas.
Cada sitio tem sempre alguma aspecto interessante e Surfers tem esta particularidade: o antagonismo inexplicável.

domingo, 13 de janeiro de 2008

Australia_Byron Bay

Depois da estadia em Sydney, que excedeu todas as minhas expectativas e de um dia em Newcastle, que foi uma grande desilusao, finalmente chegamos a Byron Bay!! E amigos isto e que e curtir! Vamos ficar por aqui dois dias, estamos hospedados na casa de uma tolinha que e muito fixe... deixa nos a chave da porta dela, comida e montes de cenas. So tem um defeito, tem um gato nojento que me faz um bocado de impressao. Na mesma casa vivemos com outras pessoas, tem sido uma experiencia interessante... isto, porque tenho a minha private bathroom, senao passava me!!
A viagem para ca foi assustadora! O comboio demorou 12 horas de Newcastle ate aqui e estava lotado de pessoas que nao tomam banho a pelo menos 5 dias. Aqui na Australia, toda a gente anda descalca, ou seja, mete medo olhar para os pes deles! Sao nojentos! Nao percebo como e que nao apanham uma doenca! Para alem da falta de higiene, eles metem conversa com toda a gente! E impossivel fazer uma viagem tranquila porque eles nao sossegam enquanto nao percebem de onde somos, por onde vamos e o que fazemos. Depois de dez minutos, parecem que nos conhecem a anos... se nos vem atrapalhados com um mapa na mao vem logo para nos dar indicacoes, nao e preciso pedir nada!... acho que e por sermos europeus que achamos isto um bocado estranho...
Bem mas Byron Bay superou todas as nossas expectativas... era disto que andavamos a procura! Depois da estadia em Newcastle ficamos um bocado desapontados... aquilo e horrivel, nao se passa nada, ou seja, e um sitio que quem quiser passar por ca pode passar a frente.
Byron Bay e um sitio pequeno mas, muito animado, e so pessoas na casa dos 20, 30, todos sufistas. Vive se um ambiente descontraido, com concertos pelas ruas, muitas lojas de surf e praias fabulosas! Como nao podia deixar de ser encontra se por aqui exemplares da especie humana muito agradaveis a vista!
Por hoje fico me por aqui, ainda nao terminei o texto sobre Sydney, nao esta a ser facil, tenho tanto para dizer... Sobre Newcastle nao digo nada prefiro esquecer...

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Obrigada

Queria agradecer, um por um, os votos de uma boa viagem mas nao esta facil!! Por isso agradeco vos a todos de uma so vez. Desculpem nao por acentos mas, eu nao sei de todo, funcionar com este teclado! Estou a escrever um texto sobre a minha estadia aqui em Sydney, quando estiver pronto eu publico.
Francis Obrigada!
tavguinu Sondas? Nao tens a tua propria? :) Era ondas, nao era? Beijocas
Ana Obrigada e vou fazer por isso... beijocas
Crestfallen Nao precisas de convite... Oh pa! Mas tu ainda no outro dia estavas de ferias!
Noivo Se o conselho e teu vou confirmar... mas tou com u jetlag huge, passeia noite toda as voltinhas num quarto para nao fumadores! Beijos
Mulheka Contigo ja falei. Obrigada sua invejosinha!
Juoum Obrigada! Ja sei que andas pelo Porto. Andamos desencontrados...
Margarida Nobre Obrigada! Beijocas e em breve tenho novidades. Para ja so lhe digo que isto e carote!
Beijos a todos, vou tentar cuscar os vosso blogs com a meia hora que ja ta paga... bye!

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Amigos... Fui!

Chegou a hora. Queria pedir-vos desculpa, porque provavelmente não vou puder visitar tanto os vossos blog e recheá-los dos meus preciosos comentários. Mal tenha um bocadinho volto à carga!
Beijinhos para todos...

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Packing

Gaja que é gaja, nem quando vai apenas de fim-de-semana, consegue fazer uma mala e limitar-se ao essencial. Eu, quando vou de fim-de-semana, faço uma mala para quinze dias com uma necessaire com mini SPA pessoal incluído.
Quando fui para o Brasil, levei uma mala que pesava 37 kg. Eram 37 de kg de roupa, livros, cremes e mais algumas coisitas, tudo essencial. Na viagem para os Estados Unidos, o episódio repete-se com duas malas; uma para sapatos e outra para roupa. Estas duas “peso pluma” excediam, no seu conjunto, os quarenta quilos. A estúpida da hospedeira, não compreendeu o meu dilema e queria cobrar-me 150 euros pelo excesso. Mas excesso de quê? Aquela vaca invejosa não percebe que eu vou um mês para fora, ora para a praia, ora para o frio! Ninguém merece! Tanto eu, como o meu namorado, achámos a situação inaceitável. Eu reagi pegando na carteira... ele, num ataque de raiva, nunca antes visto, desfez a mala à frente de toda a gente. Isto tudo às seis da manhã, num check in cheio de "emigras" de partida para Paris. Na volta, as duas malas pesavam 60 kg mas, a hospedeira da Air France foi mais razoável, e como o vôo ia vazio, permitiu a minha excentricidade. Qualquer mulher entenderia a minha situação, nos Estados Unidos eu era quase que obrigada a comprar!
Agora, estou em braços com mais um problema de packing. Lembrei-me de ir “ripongar” para a Austrália um mês com uma mochila de 70 litros às costas. E aquilo é pequeno! Não cabe lá nada!
Está a ser um drama. Só posso levar um livro, um protector solar, um creme, meias dúzia de t-shirts. Os calções, as mini saias e as calças vão contadinhas. A toalha de praia já é carta fora do baralho nesta viagem, ocupa metade do cubículo onde tenho de enfiar tudo! Vou ter de deixar muito do essencial. Até nas cuecas tenho de fazer contas!
Eu não sei fazer malas humildes… :-( ...mas, ando toda contente a aprender!:-) IEY! Vou ser riponga por um mês!