
Ciudad del Este, Paraguai. Terceiro maior centro comercial do mundo perdendo apenas volume de negócios para Miami e Hong Kong. Aquele fim de mundo era a terra prometida na minha via-sacra consumista. A decisão da minha peregrinação até Assuncion em busca de preços ainda mais baixos e de acelerar o ritmo da aventura não foi aceite de ânimo leve. Por irrecusável exigência a primeira tentativa foi feita a pé já com a capital fora de questão no nosso mapa. De carro seria impossibilitada por um inevitável pedido de suborno no valor de 100 USD. Mas aquela primeira aproximação permitiu um curioso relance sobre o que a Ponte da Felicidade tinha para mostrar a dois europeus pouco hábeis nas realidades do terceiro mundo. Atravessando a ponte como formigas humanas carregadas de muamba, nacionais brasileiros deixavam apressadamente um país que confere legitimidade à polícia para deter qualquer cidadão sem ordem judicial e sem provas de que tenha cometido algum crime. Mas eles constituem apenas 10% da clientela, 90% dos negócios são realizados por grandes contrabandistas ligados a organizações criminosas internacionais a quem a polícia não chega nem a fazer cócegas. A zona com 7000 mesiteiros (nome dado na região para camelôs) é responsável por metade do PIB do país. Na cidade de tons quentes, enlameada e vestida de lixo respira-se a atmosfera de crime, contrabando e corrupção apadrinhada por homens armados de escopetas em cada virar de esquina.
A cidade é habitada por pedintes, arrumadores de carros, prostitutas menores formando um mix implacável de decadência humana. Provocando a desconfortável dualidade de realidades e partilhando o mesmo espaço físico, o shopping Mona Lisa têm para oferecer além do luxo, o mais insólito contraste: num ambiente que me lembrou novamente a sensação de frio fico atónita ao ver as estantes elegantemente decoradas por magníficos Fendi’s, Gucci, Louis Vuitton, Chanel e outros bens supérfluos de nenhuma necessidade só ao alcance das carteiras mais douradas.
Mas esta zona da triplica fronteira tem muito mais a esconder e a miséria humana não se esgota no pequeno crime praticado nas ruas, pensasse que a cidade poderá esconder uma possível célula da Al-Qaeda sob a cobertura da comunidade árabe e é certo que daqui partem generosos patrocínios que têm como destino organizações terroristas como o Hezbollah.
A minha experiência neste submundo fica para contar noutra data mas também eu me senti mais segura quando atravessei a Ponte da Felicidade e o Paraguai se transformou numa longínqua miragem.
A cidade é habitada por pedintes, arrumadores de carros, prostitutas menores formando um mix implacável de decadência humana. Provocando a desconfortável dualidade de realidades e partilhando o mesmo espaço físico, o shopping Mona Lisa têm para oferecer além do luxo, o mais insólito contraste: num ambiente que me lembrou novamente a sensação de frio fico atónita ao ver as estantes elegantemente decoradas por magníficos Fendi’s, Gucci, Louis Vuitton, Chanel e outros bens supérfluos de nenhuma necessidade só ao alcance das carteiras mais douradas.
Mas esta zona da triplica fronteira tem muito mais a esconder e a miséria humana não se esgota no pequeno crime praticado nas ruas, pensasse que a cidade poderá esconder uma possível célula da Al-Qaeda sob a cobertura da comunidade árabe e é certo que daqui partem generosos patrocínios que têm como destino organizações terroristas como o Hezbollah.
A minha experiência neste submundo fica para contar noutra data mas também eu me senti mais segura quando atravessei a Ponte da Felicidade e o Paraguai se transformou numa longínqua miragem.