quinta-feira, 19 de julho de 2007

"Poor Niágara" - Eleanor Roosevelt


Quando Eleanor Roosevelt, contemplou as Cataratas do Iguaçú proferiu: "Poor Niágara.", numa alusão comparativa entre as cataratas norte e as sul-americanas.
Não conheço Niágara, mas também não foi necessário o frente a frente com estas cataratas para realizar que estava prestes a captar a natureza em toda a sua majestade. Bastou-me sentir o eco que, milhões de litros de água por segundo, despejados de mais de 80 metros de altura continuam a fazer a uma distância considerável... não conheço palavras que consigam descrever, é simplesmente inacreditável! O barulho vai-se tornando cada vez mais poderoso à medida que nos aproximamos até se tornar ensurdecedor e impedir a troca de duas palavras de espanto!
À medida que me ia aproximando imaginava como seriam, mas é difícil a qualquer acto imaginativo idealizar aquele turbilhão de água, a correr aos tropeços para atingir, finalmente, a queda livre... A primeira reacção, foi de surpresa, a verdade, é que nunca tinha visto nada, nem parecido... de seguida, uma invasão de medo... Segurava na minha mão dois bilhetes para uma viagem de barco, que me levaria, lá em baixo, onde a água caia, mostrando-me do que a natureza é capaz..
Caminhei pela Garganta do Diabo, entrando na bacia das cataratas, permitindo uma aproximação que me parecia ameaçadora. Fui tocada por uma nuvem húmida que subia das quedas de água e molhava tudo... em segundos, passei de miúda assustada a uma possível candidata a miss t-shirt molhada.
O passeio inicia-se na Trilha do Macuco através de carretas abertas puxadas por jipes 4x4 e é acompanhado por violentas mordidelas de todo o tipo de mosquitos. Em seguida, percorre-se uma escadaria que permite o acesso ao rio Iguaçú, onde barcos infláveis bi-motores (de aspecto dúbio) aguardam para um passeio em direcção às Cataratas do Iguaçú. Este passeio de barco parecia divertido para toda a gente menos para mim, que estava em pânico... não conseguia abrir os olhos porque milhões de mini-gotas de água me impediam e quando, por momentos, o conseguia, ainda era pior, via pesados litros de água a caírem violentamente mesmo ao meu lado... aquele barco não me parecia ser coisa para durar... mas estou aqui para contar a história...
Só consegui atingir o meu estado normal quando me encontrei com os simpáticos e interesseiros Quatis. Apesar de nervosinhos e esfomeados o contacto com eles conseguiu afastar os efeitos daquele "passeio"...
Fomos expulsos por uma chuvada interminável que nos acompanhou de regresso à Foz do Iguaçú...
( este texto é dedicado a quem não viu nas cataratas a opção...)

4 comentários:

Mabides disse...

A cada texto que passa este blog está cada vez melhor! Com estas descrições parece que estamos realmente nas Cataratas (apesar de lá ter estado!) e se não me molhei foi porque a tecnologia ainda não o permite! Fico ansiosamente à espera do próximo texto e quem sabe se no final não podemos compilar estes textos com as fotos que temos e fazer um livro das nossas viagens para as futuras gerações... Bjs

joe szymkowicz disse...

nice page...country you are from??

ritmosfortes disse...

Óptima descrição de um local mágico, chegando mesmo a ficar com a sensação de estar a recebir os salpicos da violenta tromba de água. Afinal, os melhores textos são os que nos transportam para os locais, mesmo não os conhecendo. Ainda assim, prefiro a opção de os visitar, apesar de por vezes os trilhos percorridos serem outros...
continua com o blogue

Quomodum disse...

Olá prima! Sou o Alexandre, a net e mesmo pequena! Estive ontem com a tua mãe. vou dar uma vista de olhos no teu blog. bjs